segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Buracos negros de fato controlam formação de estrelas em galáxias

Recebemos a primeira evidência direta de que buracos negros supermassivos controlam formação de estrelas


Agora, um novo trabalho de pesquisa encontrou a primeira evidência observacional de que os buracos negros supermassivos realmente controlam o misterioso processo de formação estelar em suas galáxias.

No centro de quase todas as galáxias há um buraco negro supermassivo mais de um milhão de vezes mais maciço do que o Sol, mas nós realmente não sabemos muito sobre eles. Também não compreendemos completamente por que as galáxias jovens são preenchidas com estrelas que se formam rapidamente e o que eventualmente faz com que esse processo pare quando a galáxia evolua.

Os cientistas suspeitaram por décadas que a energia que emana para fora de buracos negros supermassivos de alguma maneira "neutraliza" esse processo, mas agora pesquisadores da Universidade da Califórnia, Santa Cruz encontraram a primeira evidência direta de que isso é realmente o que está acontecendo.

A equipe também mostrou que a massa do buraco negro em questão determina o quão breve a formação de estrelas em uma galáxia finaliza. Em outras palavras, os buracos negros supermassivos não são apenas moldagem de galáxias, eles estão controlando quantas estrelas elas têm.

"Esta é a primeira evidência observacional direta, onde podemos ver o efeito do buraco negro na história da formação de estrelas da galáxia", disse Jean Brodie, professor de astronomia e astrofísica da UC Santa Cruz e co-autor do artigo.

A equipe descobriu isso estudando galáxias onde as massas dos buracos negros centrais já foram medidas em estudos anteriores, com base na atividade dos objetos que os rodeiam no espaço.

A equipe então analisou os espectros dessas galáxias - a quantidade de luz que vem delas - para determinar sua história estelar, se eles ainda estavam ativos e quanto tempo eles estavam em repouso.

Quando compararam quando as galáxias pararam de formar estrelas com a massa de seus buracos negros, encontraram diferenças marcantes.

Essas diferenças não podem ser explicadas por nenhuma outra propriedade da galáxia - tamanho, forma ou cinemática interna.

"Para as galáxias com a mesma massa de estrelas, mas a massa do buraco negro no centro, as galáxias com maiores buracos negros foram apagadas mais cedo e mais rápido do que aquelas com buracos negros menores", disse Martín-Navarro.

"Então, a formação de estrelas durou mais nessas galáxias com pequenos buracos negros centrais".

Isso significa que a massa de um buraco negro impacta diretamente a rapidez com que a formação de estrelas deixa de acontecer em uma galáxia. Mas ainda há trabalho a ser feito. O mecanismo que liga a massa do buraco negro à imobilidade galáctica ainda é desconhecido.

Uma ideia é que ele tem a ver com o "núcleo galáctico ativo" que pode se formar em torno de um buraco negro. Os núcleos galácticos ativos são discos de detritos em torno de um buraco negro que emitem incríveis quantidades de energia, pois o buraco negro consome matéria. Os mais poderosos são os quasares.

Um artigo publicado em dezembro revelou que, de acordo com os modelos de evolução galáctica, os ventos quasares - feedback do núcleo galáctico ativo - invadem e moldam o gás molecular a partir do qual as estrelas são formadas.

Pensa-se que este vento eventualmente "desliga" ou diminui a formação de estrelas, dissipando o gás.

Mas esta é apenas uma hipótese.

"Existem diferentes maneiras pelas quais um buraco negro pode colocar a energia na galáxia, e os teóricos têm todo tipo de idéias sobre o quão tremendo acontece, mas há mais trabalho a ser feito para atender essas novas observações aos modelos", disse o co-autor de o novo estudo Aaron Romanowsky.

(Texto traduzido e adaptado)
FONTE: Science Alert

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